O tema “censura a livros” sempre desperta reações acaloradas, seja por parte daqueles que querem a todo custo censurar os livros que desaprovam, ou dos que defendem a liberdade de expressão/opinião e pensamento crítico que a leitura sem dúvida proporciona. Trata-se, portanto, de um tema ambíguo, bombástico e bastante controverso.
Afinal, o que é “liberdade de expressão”? Muitos acreditam — erroneamente — que essa tal liberdade é sinônimo de “pode-se tudo em qualquer circunstância”, mas tal ideia está muito distante de seu real significado. Se assim fosse, alguns poderiam, a qualquer momento, xingar as pessoas na rua apenas porque não concordam com o que elas vestem. Poderiam banir de sua convivência pessoas que têm diferentes hábitos cotidianos. Poderiam recusar empregos. Ainda, poderiam eliminar de suas vidas toda e qualquer faceta da realidade que não corresponda às próprias crenças. Infelizmente, ainda há quem proceda dessa forma lamentável, limitada e rasa...
O problema é que o significado real de “liberdade de expressão” tem sido completamente deturpado e cada vez com mais frequência por todos aqueles que não aceitam conviver com as diferenças. Pura negação do real, porque é a diferença o que verdadeiramente caracteriza, em tudo, o mundo em que vivemos e as sociedades que construímos ao longo de milênios. O Homo sapiens sapiens é o maior exemplo disso porque somos, todos nós, iguais e diversos ao mesmo tempo. Portanto, as nossas produções artísticas são, da mesma forma, a própria expressão da diversidade. E é muito bom que seja assim!
Os livros, por sua vez, são produto de ideias, de diversas realidades e visões de mundo, ou seja, são pura criatividade/educação/informação. Logo, por que deveriam ser censurados? Livros, em geral, são capazes de expandir nossa realidade para além do que conhecemos, para que possamos, justamente, ampliar nossa visão de mundo com a devida capacidade de compreender e aceitar as diferenças presentes entre todos nós.
Então, que os livros sejam livres. Não à censura literária!
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