Confira a entrevista com a escritora:
Quando você entendeu, ou decidiu, que queria tornar-se uma escritora? E com qual idade escreveu o seu primeiro texto?
Comecei a escrever no ensino médio. Eu fazia parte de um grupo de pessoas (um grupo literário) que se juntava para falar sobre os livros que líamos, com o intuito de expressar nossas percepções e fomentar o interesse nos outros. Um dia lançaram um concurso literário de contos e poesias na escola em que eu estudava (antiga ETFRN, hoje IFRN), então eu pensei: vou participar. E com o meu primeiro conto fiquei em primeiro lugar.
Qual foi o tema abordado? Pode falar um pouco sobre o que lhe motivou a abordar esse tema?
Eu escrevi um texto sobre uma pessoa que estava precisando tomar uma decisão e dirigindo. Sempre que parava em um semáforo, ficava fazendo uma contagem regressiva... Mas essa contagem era para o semáforo abrir ou para que ele (o protagonista) chegasse a uma decisão?
Não me lembro ao certo o porquê de eu escrever sobre isso, mas sempre gostei de questões inconscientes implícitas nas entrelinhas.
Hoje, você se considera uma escritora de qual gênero literário?
Embora já tenha escrito algumas poesias e crônicas (e esteja desenvolvendo o meu primeiro romance), eu sou uma contista. Desde o início da minha produção literária sou atraída para o estilo e a ele me entrego.
Qual é o seu maior desejo em relação à escrita?
A minha pretensão com a minha escrita é a de que as pessoas conheçam o meu estilo, minha percepção de mundo, meu olhar — tanto o seco quanto o poético — para as questões da vida e do cotidiano.
Pode citar o(s) seu(s) livro(s) favorito(s) e escritor(es) favorito(s):
Eu sou encantada pelo realismo fantástico e, portanto, não poderia deixar de ser apaixonada por Gabriel Garcia Márquez. Já li quase tudo o que foi publicado por ele e, embora Cem anos de solidão e O amor nos tempos do cólera sejam seus trabalhos mais conhecidos, eu tenho um certo fascínio por Do amor e outros demônios e Crônica de uma morte anunciada.
Mas meu encantamento se estende a muitos outros: Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Saramago, Leminski, Cora Coralina, Manoel de Barros, Fernando Pessoa, Goethe, Ariano Suassuna, Drummond, Machado de Assis, Quintana, Lobo Antunes, Poe, Dorian Gray, Llosa, entre tantos outros... E sempre busco conhecer novos escritores!
O que está lendo atualmente?
No momento estou lendo um livro de uma nova poetisa do interior do Rio Grande do Norte, uma cordelista de mão cheia, Quitéria Jalles. Quem lê não acredita que se trata de uma pessoa jovem, pela qualidade de seu trabalho. Também estou lendo Memória de elefante, de Lobo Antunes.
Para você, como a literatura e a leitura podem modificar a vida das pessoas, especialmente daquelas que gostam de ler?
Ler é a melhor terapia que existe, nos liberta enquanto nos prende, nos emociona, expande nossos conhecimentos e percepções, nos dá possibilidades de compreensões que não imaginávamos... Ler é libertar-se da mediocridade.
Na sua opinião, como os escritores podem ajudar a impulsionar o gosto pela leitura em nosso país?
Eu acho fundamental incentivar o hábito de leitura, principalmente na infância e adolescência. Na minha prática em sala de aula, estou sempre incentivando e promovendo a leitura. E quando, anos depois, encontro meus ex-alunos, a pergunta é certeira: continua estudando? Está lendo alguma coisa?
Algumas palavras para os seus leitores:
Eu sempre acreditei, e continuo acreditando, que a educação e a leitura são peças-chaves fundantes de um futuro promissor... Sempre que possível ajudem alguém em seus estudos, sempre que possível deem um livro de presente. As pessoas que dizem que não gostam de ler é porque ainda não encontraram o seu estilo de leitura!
A obra Por onde eu for, levo a música é fruto do primeiro concurso literário da Arte Literária. Foram selecionados 20 talentosos autores, todos explorando o incrível universo da música e dos instrumentos musicais.
Sinopse
Presente em todas as culturas do mundo, a música tem o poder de transformar, alegrar, divertir, fazer pensar, levar ao debate, expressar opiniões, expressar resistência, rememorar momentos felizes ou tristes, mudar escolhas e até mesmo condutas. Por tais razões, este livro reúne os vencedores do nosso primeiro concurso literário, todos eles escritores incríveis, amantes da arte, da escrita e da música.
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